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O que é o
Cancro da Mama
O que é o
Cancro
da
Mama
O que é o
Cancro
da
Mama

O cancro da mama é um cancro que se forma nos tecidos da mama - geralmente nos ductos (tubos que transportam o leite para o mamilo) ou nos lóbulos (glândulas que produzem leite).
Ocorre tanto em homens como em mulheres, embora o cancro da mama masculino seja raro.

O cancro da mama é um cancro que se forma nos tecidos da mama – geralmente nos ductos (tubos que transportam o leite para o mamilo) ou nos lóbulos (glândulas que produzem leite).Ocorre tanto em homens como em mulheres, embora o cancro da mama masculino seja raro.

 

O cancro da mama é uma doença que resulta do crescimento descontrolado de parte de tecidos da mama – geralmente ductos (tubos que transportam o leite para o mamilo) ou nos lóbulos (glândulas que produzem leite). Ocorre tanto em homens como em mulheres, embora o cancro da mama no homem seja raro.

(Fonte: ESMO Breast Cancer Guide for Patients)

Em Portugal, anualmente, são detetados cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama, e 1.800 mulheres morrem com esta doença.

(Fonte: Liga Portuguesa Contra o Cancro)

O cancro da mama pode ser classificado como não invasivo ou invasivo:

Cancro da mama não-invasivo (in situ)

Cancro não invasivo ou “in situ” significa que o cancro está localizado à região mais superficial do tecido e não tem capacidade de se estender para os tecidos circundantes:

Conforme o tecido onde surge, pode ser:

– Carcinoma Ductal In Situ se originado nos ductos (deve ser considerado uma lesão a necessitar de tratamento dirigido)

– Carcinoma lobular in situ (ou neoplasia lobular) quando existem alterações nas células dos lóbulos, indicando um risco acrescido de desenvolver cancro da mama no futuro. A neoplasia lobular não é um verdadeiro cancro da mama e, embora exija exames regulares, na maioria dos casos não evolui para cancro da mama.

Cancro da mama invasivo

Cancro invasivo é o nome de uma lesão que se estende ao longo de toda a parede dos ductos (carcinoma ductal invasivo) ou dos lóbulos (carcinoma lobular invasivo). Pode ser ainda classificado em subtipos, de acordo com a sua histologia (aspeto das células ao microscópio); existem por exemplo, os tumores tubulares, mucinosos, medulares e papilares, que são subtipos mais raros de cancro da mama.

 

O cancro da mama também pode ser classificado de acordo com a extensão da doença:

Cancro da mama precoce

O cancro da mama é descrito como precoce (ou em estádio inicial) se apenas estiver confinado à mama ou aos gânglios linfáticos da axila. Estes cancros são normalmente operáveis e o tratamento inicial consiste numa cirurgia para remover o tumor, embora muitas doentes também tenham de fazer tratamento antes da cirurgia (chamado tratamento neoadjuvante – pré-operatório).

Cancro da mama localmente avançado

Diz-se que o cancro da mama é localmente avançado se o tumor se tiver espalhado da mama para os tecidos (pele ou músculo) ou gânglios linfáticos próximos (estádio IIB a III). Na grande maioria dos casos, o tratamento do cancro da mama localmente avançado começa com tratamento sistémico (de que é exemplo a quimioterapia ou tratamento hormonal).

Dependendo do grau de propagação, os tumores localmente avançados podem ser operáveis ou inoperáveis. Mesmo quando são inicialmente inoperáveis, o tumor pode diminuir de tamanho após o tratamento sistémico e a cirurgia poderá ser realizada mais tarde.

Cancro da mama metastático

O cancro da mama é descrito como metastático (ou metastizado) quando se espalhou para outras partes do corpo, tais como os ossos, o fígado ou os pulmões (estádio IV). Os tumores que surgem nesses locais distantes têm o nome de “metástases”. O cancro da mama metastático não é normalmente curável, mas é tratável.

Cancro da mama avançado

O cancro da mama avançado é um termo genérico utilizado para descrever tanto o cancro da mama inoperável localmente avançado como o cancro da mama metastático.

 

O Cancro da mama também é caracterizado de acordo com a sua biologia

O crescimento de alguns tumores é estimulado pelas hormonas, e a principal hormona feminina envolvida neste processo, é o estrogénio. Antes de efetuar qualquer tratamento é importante descobrir se um tumor é positivo ou negativo para recetores de estrogénio (ER) ou recetores de progesterona (PgR), uma vez que tumores com um elevado nível de recetores hormonais podem ser tratados com medicamentos que reduzem a quantidade de hormona que chega ao tumor.

O HER2 é outro recetor que está envolvido no crescimento de células e está presente em cerca de 20% dos cancros da mama. Os tumores que têm um elevado nível de HER2 (HER2 positivos, ou HER2+) podem ser tratados com medicamentos anti-HER2.

Os tumores que não expressam recetores de estrogénio, nem recetores de progesterona, nem recetores HER2 são descritos como tumores “triplo negativo”.

 

(Fonte: ESMO Breast Cancer Guide for Patients)

Os sintomas de cancro da mama incluem:

  • Aparecimento de um nódulo ou caroço na mama
  • Alteração do tamanho ou da forma da mama
  • Alteração na pele da mama (cor, espessura ou textura)
  • Inversão ou retração do mamilo
  • Erupção no mamilo
  • Secreção ou corrimento de líquido do mamilo
  • Aparecimento de um inchaço ou caroço na axila
  • Dor ou desconforto no peito que não desaparece

Deve consultar o médico se sentir algum destes sintomas. No entanto, é importante lembrar que estes sintomas também podem ser causados por outras condições.

Certos sintomas podem indicar a presença de metástases – por exemplo, um caroço ou inchaço na axila, na zona do esterno ou da clavícula, pode ser um sintoma de metástases. O aparecimento de dor ou a fratura de um osso pode sugerir a presença de metástases ósseas; as metástases pulmonares podem causar sintomas de infeções respiratórias persistentes, tosse persistente e falta de ar. Não precisa de ficar demasiado alarmada com estes sintomas, pois não significam necessariamente que tenha metástases, mas deve falar com o médico se tiver alguma dúvida ou preocupação.

 

(Fonte: ESMO Breast Cancer Guide for Patients)

Desconhece-se a causa exata do cancro da mama, mas foram identificados vários fatores de risco para o desenvolvimento da doença. É importante lembrar que a presença de um fator de risco aumenta o risco de desenvolver cancro, mas não significa necessariamente que este se irá desenvolver. Da mesma forma que não ter um fator de risco não significa necessariamente que nunca virá a ter cancro.

Fatores de risco mais importantes para o cancro da mama:

  • Sexo feminino
  • Idade avançada
  • Predisposição genética (história familiar ou mutações em certos genes)
  • Maior exposição a estrogénios (primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa tardia após os 55 anos, anticoncetivos orais, terapêutica hormonal de substituição)
  • Exposição a radiação ionizante (por exemplo, tratamento de radioterapia no peito antes dos 30 anos)
  • Não ter filhos ou ter poucos filhos
  • História da hiperplasia atípica (crescimento excessivo de células na mama)
  • Obesidade
  • Consumo de álcool

Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento do cancro da mama, embora a maioria dos fatores não se aplique a todas as mulheres que desenvolvem a doença.

A história familiar desempenha um papel muito importante para que uma mulher desenvolva ou não cancro da mama. As mulheres com uma familiar em primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tenha tido cancro da mama têm o dobro do risco de desenvolver cancro da mama, em comparação com uma mulher sem história familiar deste tipo de cancro. O risco é 3 vezes superior se essa pessoa da família tiver sido diagnosticada com cancro da mama antes da menopausa[1].

A síndrome hereditária de cancro da mama e ovário (HBOC) é responsável por 5 a 10% dos diagnósticos de cancro da mama. E está associada a mutações em vários genes, sendo que na maioria dos casos se associa com mutações germinativas em dois genes: BRCA1 e BRCA2.

Mutações BRCA

BRCA é a abreviatura de “BReast CAncer gene” (gene do cancro da mama). As mulheres portadoras de uma mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2 têm um risco aumentado de poderem desenvolver cancro da mama ou do ovário o longo da sua vida. O risco de desenvolver cancro da mama numa mulher com mutação patogénica no gene BRCA1 é de cerca de 57%, enquanto se o gene afetado for o BRCA2 esse risco será um pouco inferior, cerca de 50%.

Informações sobre as opções de vigilância nestes casos de síndrome do cancro hereditário e as possibilidades existentes para reduzir o risco de cancro podem ser obtidas no site do Programa Nacional de Genética e Cancro.

 

(Fontes: ESMO Breast Cancer Guide for Patients;

Grupo de Trabalho de Cancro Hereditário da Sociedade Portuguesa de Oncologia)

[1]Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer (2001). “Familial breast cancer: collaborative reanalysis of individual data from 52 epidemiological studies including 58,209 women with breast cancer and 101,986 women without the disease.” Lancet (London, England) 358(9291): 1389-1399.

O cancro da mama é geralmente diagnosticado através de exame clínico, exames de imagem (mamografia e ecografia mamária) e biópsia (para análise do tecido mamário e caracterização do tipo de lesão).

 

Exame clínico

Durante o exame clínico, o médico fará a palpação da mama e dos gânglios linfáticos. Também fará perguntas sobre a história familiar da mulher, se alguém da família teve cancro da mama e se já está na menopausa. Poderá ainda pedir análises de sangue de rotina e exames de imagem.

 

Imagiologia

 

Os exames com obtenção de imagem utilizados para a deteção do cancro da mama incluem a mamografia, a ecografia mamária e/ou a ressonância magnética, podendo ser realizados em caso de suspeita de cancro da mama ou apenas como exame de rotina.

  • Mamografia: A mamografia é um tipo de radiografia de baixa dose para detetar um cancro da mama em fase precoce. Cada uma das mamas é colocada na máquina de raios-X e pressionada entre duas placas para obter uma imagem do tecido mamário. Se a mamografia mostrar algo suspeito no tecido mamário, o médico pedirá outros exames para investigar mais aprofundadamente.
  • Ecografia mamária: A ecografia utiliza ondas sonoras de alta frequência (ultrassons) para obter uma imagem do interior do corpo. No rastreio do cancro da mama, este tipo de exame permite ao médico examinar a mama e os gânglios linfáticos da axila. A ecografia pode mostrar por exemplo se um nódulo é sólido ou se é um quisto cheio de líquido.
  • Ressonância magnética: A ressonância magnética utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas do interior do corpo. Um aparelho de ressonância magnética é normalmente um tubo muito grande que contém ímanes potentes. Para fazer a ressonância, a pessoa deita-se e é transportada para dentro do tubo; o exame pode demorar entre 15 e 90 minutos. Embora não seja utilizada como exame de rotina, a ressonância magnética pode ser pedida em determinadas circunstâncias, por exemplo em doentes com antecedentes familiares de cancro da mama, mutações BRCA, implantes mamários, carcinoma lobular, se houver suspeita de tumores múltiplos, ou se os resultados dos outros exames de imagem forem inconclusivos. A ressonância magnética é também utilizada para verificar se um tumor respondeu ao tratamento e para planear uma nova estratégia de tratamento.

 

Biópsia

Quando existe suspeita de cancro da mama, é feita uma biópsia ao tumor (colheita do tecido mamário suspeito) antes de planear qualquer tipo de tratamento. A biópsia é feita com uma agulha, geralmente guiada por ecografia (podendo ser guiada por mamografia ou ressonância magnética se o tumor não for visível na ecografia); isto assegura que o tecido é retirado da zona certa da mama. A análise das células colhidas na biópsia dá aos médicos informações importantes sobre o tipo de cancro da mama e ajuda a definir o tratamento mais adequado.

 

(Fontes: ESMO Breast Cancer Guide for Patients; Manual de Oncologia SPO – Abordagem e tratamento do cancro da mama)

O tratamento proposto dependerá do tamanho e da localização do tumor principal, da existência e do número de metástases e do tipo de tumor (subtipo, grau de defirenciação e classificação de acordo com a sua biologia), bem como da idade e do estado geral de saúde da doente. A escolha e a combinação de tratamentos serão discutidas com a doente e as suas preferências serão tidas em conta.

 

Cirurgia

Os dois tipos de cirurgia para o cancro da mama são a cirurgia conservadora da mama, na qual o tumor é removido, mas tenta-se manter o máximo possível de tecido da mama, ou a mastectomia, na qual toda a mama é removida.

Se no exame de imagem não houver suspeita de cancro nos gânglios linfáticos da axila, deve ser realizada uma técnica chamada biópsia do gânglio sentinela. Este procedimento consiste em identificar, retirar e analisar o gânglio linfático mais importante da axila (gânglio sentinela). Se não forem detetadas células cancerígenas, então nenhum outro gânglio linfático será removido da axila; se, pelo contrário, forem detetadas células cancerígenas no gânglio sentinela, podem ter de ser removidos mais gânglios (num procedimento que se designa dissecção axilar ou esvaziamento axilar).

As doentes submetidas a uma mastectomia podem fazer uma reconstrução mamária imediata (logo após a remoção, na mesma cirurgia) ou diferida (numa data posterior), exceto no caso de cancro da mama inflamatório.

 

Radioterapia

A radioterapia é um tipo de tratamento que utiliza radiação ionizante, que danifica o material genético (DNA) das células cancerígenas e as destrói. A radioterapia é geralmente utilizada após a cirurgia conservadora e também pode ser administrada após a mastectomia. Também pode ser administrada a doentes com cancro localmente avançado que permanece inoperável após o tratamento sistémico e pode ser considerada nalguns casos de doença metastática, para tratar os sintomas do tumor primário ou de metástases distantes e melhorar a qualidade de vida.

A radioterapia após a cirurgia conservadora da mama (mastectomia parcial) consiste normalmente na irradiação total da mama (WBRT, na sigla em inglês). Em doentes com alto risco de recorrência, que já tenham sido submetidas a irradiação total da mama, pode ser dado um “reforço” de radioterapia  – trata-se de uma dose adicional de radiação dirigida especificamente para a área de onde o tumor foi removido. Isto pode ser feito de forma semelhante à irradiação total (radioterapia externa) ou por braquiterapia (radioterapia interna), em que a fonte de radiação é colocada diretamente no tecido mamário por um curto período de tempo para administrar as radiações de forma muito localizada, apenas numa área de tecido em torno do local da cirurgia.

Quando existe baixo risco de recorrência, e em casos selecionados as doentes podem receber em alternativa um pequeno ciclo de radioterapia, utilizando uma técnica chamada irradiação parcial acelerada da mama4. Este tratamento é mais curto do que a irradiação total e limita a exposição à radiação do tecido mamário saudável e de outros órgãos do tórax (por exemplo, do coração e dos pulmões), reduzindo o risco de efeitos secundários a longo prazo.

Algumas doentes também necessitam de radioterapia após uma mastectomia, devido à presença de fatores que aumentam o risco de recorrência do cancro (ou seja, o risco de o cancro voltar novamente a aparecer). Nesse caso, a radioterapia administrada é semelhante à radioterapia após a cirurgia conservadora.

 

Tratamento sistémico

O tratamento sistémico (ou terapêutica sistémica) é um tratamento que tem efeito em todo o corpo, sendo usado para destruir as células cancerígenas onde quer que elas estejam. Inclui a quimioterapia, a terapêutica hormonal e as terapêuticas dirigidas.

Quimioterapia

A quimioterapia destrói as células cancerígenas e é utilizada para tratar a maioria dos cancros da mama triplo-negativos e HER2 positivos. A quimioterapia é geralmente administrada a cada 1-3 semanas na forma de perfusão intravenosa (injeção lenta e contínua). Algumas doentes podem também receber quimioterapia oral adicional depois de terminarem os ciclos habituais de quimioterapia intravenosa.

Terapêutica hormonal

A terapêutica hormonal (ou terapêutica endócrina) visa reduzir os efeitos dos estrogénios nos cancros da mama que apresentam recetores de estrogénio positivos (ER+). Este é o tipo mais importante de tratamento sistémico para os tumores ER+, também chamados tumores dependentes de hormonas (ou hormonodependentes). Existem várias terapêuticas endócrinas disponíveis, que podem ser tomadas por via oral ou administradas na forma de injeção.

Terapêuticas dirigidas

As terapêuticas dirigidas (ou terapêuticas-alvo), são medicamentos que bloqueiam vias de sinalização específicas que levam ao crescimento de determinadas células cancerígenas. Inibir estas vias permite bloquear o crescimento e a proliferação das células cancerígenas alvo. Atualmente é o tratamento mais importante de todos os cancros da mama HER2 positivos.

 

(Fontes: ESMO Breast Cancer Guide for Patients; Manual de Oncologia SPO – Abordagem e tratamento do cancro da mama)